Dor no ombro: principais causas e tratamentos
De acordo com o United Kingdom National Health Service (NHS.UK), a dor no ombro pode ser resultado de lesão ou doença desta articulação.
A articulação esferoidal do ombro oferece uma grande amplitude de movimento, mas às custas da estabilidade. Para se ter uma ideia, esta é a articulação do corpo que se desloca com mais frequência do que qualquer outra.
A sobrecarga proveniente do uso repetitivo no trabalho ou nas práticas esportivas pode levar à diversas lesões.
Normalmente, a lesão pode afetar qualquer um dos ligamentos, bursas ou tendões que cercam a articulação do ombro. Além disso, pode impactar as cartilagens e ossos da articulação.
Considerando que o ombro é uma articulação extremamente móvel que desempenha um papel fundamental no movimento dos braços, ele está em constante risco de lesão.
Muitas vezes, as lesões afetam as estruturas do manguito rotador, um conjunto de músculos e tendões fundamentais que funcionam como o motor do ombro.
Então, lesões nestas estruturas podem acarretar disfunção da articulação com instabilidade, dificuldade nos movimentos e dor.
Além disso, fraturas dos ossos do ombro, que podem ocorrer em acidentes, como uma queda de bicicleta, podem causar dor intensa na região.
A dor no ombro também pode ocorrer devido a doenças que afetam a articulação, como por exemplo, a artrose.
Ocasionalmente, a dor no ombro pode ser resultado de um ataque cardíaco e é incomum que o câncer cause dor na região.
Outras causas mais raras de dor no ombro podem ser: tumor ósseo, lesão do plexo braquial, ruptura da cartilagem (geralmente, o labrum da glenóide), angina e irritação sob o diafragma.
Como saber o momento de procurar um médico?
Aqui estão os sinais de que você precisa consultar um médico imediatamente:
- A articulação do ombro parece deformada;
- Você não pode usar seu ombro de forma alguma;
- A dor é intensa;
- O ombro está inchando repentinamente;
- O braço ou mão está fraco ou dormente.
Além disso, existem algumas perguntas que podem ajudar o paciente a suspeitar de uma lesão no ombro:
- Você consegue mover seu braço normalmente ou seu ombro está muito rígido ou dolorido?
- Você sente que seu ombro pode sair do lugar?
- Seu ombro é forte o suficiente para as suas atividades cotidianas?
Lembramos que condições que não recebam o devido tratamento podem evoluir para situações irreversíveis e quadros de dores crônicas.
Como é feito o diagnóstico?
Quando o paciente chega no consultório com queixa de dor no ombro, fazemos um exame físico para verificar se existem problemas estruturais e descartar situações que envolvam a coluna ou pescoço.
Então, testamos a amplitude de movimento do paciente para avaliar a força e flexibilidade do ombro. Isso envolverá fazer uma série de manobras e mover os braços de diversas maneiras, por exemplo, acima da cabeça, por trás do corpo do paciente, e girá-lo a 90 ou 180 graus.
Além disso, podemos recomendar exames de imagem para obter uma visão mais detalhada, por exemplo:
Raios X
Este exame pode auxiliar a encontrar esporões ósseos, artrite e outras causas de dor relacionadas aos ossos.
Ressonância magnética
A ressonância traz imagens claras das partes moles do ombro através do uso de ondas de rádio e um poderoso ímã.
É um exame que utilizamos com frequência para avaliar doenças e lesões dos ombros.
Tomografia computadorizada
Este exame pode nos dar uma visão melhor do que está acontecendo com o ombro do ponto de vista ósseo.
Eletromiografia (EMG)
A eletromiografia mede a atividade elétrica nos músculos para avaliar se há algum problema com os nervos periféricos.
Artroscopia
Este é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo que permite que uma pequena câmera inserida na articulação mostre imagens de alta definição do ombro.
Em alguns casos, é possível já tratar algum problema durante o procedimento.
Quais os principais tratamentos adotados para a dor no ombro?
Diversas são as possibilidades de tratamento para os problemas do ombro.
Por exemplo, para luxações e fraturas, será essencial a atuação de um especialista para colocar o ombro de volta na posição correta. Em seguida, o paciente deverá utilizar uma tipoia para imobilizá-lo enquanto cicatriza.
Para muitos outros problemas, podemos indicar repouso, compressas quentes ou frias e medicamentos para reduzir a dor e o inchaço.
Se a dor no ombro não melhorar após esses primeiros passos, poderemos tentar injetar um corticosteróide (um medicamento anti-inflamatório) diretamente na articulação para aliviar o inchaço e a dor.
Às vezes, rupturas de cartilagem, rupturas das estruturas do manguito rotador e ombro congelado não melhoram com repouso e medicamentos.
Nestes casos, podemos pensar em cirurgias, apesar de pouca evidência científica como alternativa de tratamento para dor no ombro.
Além disso, para a grande maioria dos problemas na articulação, o plano de tratamento provavelmente incluirá fisioterapia com exercícios para ajudar no alongamento e fortalecimento, bem como melhorar a amplitude do movimento.
Em alguns casos, as ondas de choque (Extracorporeal Shockwave) podem ser interessantes pensando em alternativa terapêutica, onde cada vez mais estudos científicos mostram uma boa eficácia.
Como prevenir a dor no ombro?
A prevenção da dor no ombro é sempre a melhor opção e a execução de exercícios simples pode ajudar a alongar e fortalecer os músculos e os tendões do manguito rotador.
Caso precise de ajuda, um fisioterapeuta, ou terapeuta ocupacional ou educador físico pode mostrar como fazê-los corretamente.
Se o paciente já teve problemas anteriores no ombro, usar gelo por 15 minutos após os exercícios para controlar o processo inflamatório e evitar novas lesões pode ajudar.
Além disso, após quadros de bursite ou tendinite, realizar exercícios simples de amplitude de movimento/ mobilização articular todos os dias pode evitar o ombro congelado.
Em todo caso, o mais indicado é procurar um médico especialista para avaliar o quadro do paciente e indicar os melhores tratamentos disponíveis em cada situação.
Então, não postergue sua ida ao médico. O tratamento precoce poderá fazer toda a diferença!
Formação Dr. André Kirihara
- Graduado na Faculdade de Medicina de Jundiaí;
- Residência em Medicina Física e Reabilitação no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP);
- Especialista pela Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (SBMFR);
- Preceptor na Especialidade de Medicina Física e Reabilitação no HCFMUSP nos anos de 2015 e 2016;
- Certificação em Tratamento por Ondas de Choque pela Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque (SMBTOC) e pela International Society of Medical Shockwave Treatment (ISMST);
- Membro Efetivo da SMBTOC e ISMST desde 2015;
- Médico Assistente do Ambulatório de Pesquisa em Tratamento por Ondas de Choque do Instituto de Medicina de Reabilitação (IMREA) do Hospital das Clínicas da USP / Rede Lucy Montoro;
- Médico da Axis Clínica de Coluna.
