Devo fazer compressa quente ou fria?
Sabemos que as compressas podem ser boas aliadas no tratamento de dores. Mas então pode surgir a dúvida: devo fazer compressa quente ou fria? Neste texto falamos sobre o assunto!
A compressa fria, ou crioterapia, funciona reduzindo o fluxo sanguíneo para uma área específica.
Isso pode reduzir significativamente a inflamação e o inchaço que causam dor, especialmente ao redor de uma articulação ou tendão.
Além disso, pode reduzir temporariamente a atividade nervosa, o que também auxilia no alívio da dor.
Assim, podemos dizer que a aplicação de gelo contrai os vasos sanguíneos, diminui o fluxo de sangue e reduz a inflamação e a dor.
Já as compressas quentes funcionam melhorando a circulação e o fluxo sanguíneo para uma área específica devido ao aumento da temperatura.
Aumentar a temperatura da área afetada, mesmo que levemente, pode aliviar o desconforto e aumentar a flexibilidade muscular.
Assim, a terapia de calor pode relaxar e acalmar os músculos e curar o tecido danificado.
Quando devo realizar compressa quente ou fria?
Indicamos compressas frias para lesões agudas, incluindo inchaços, entorses, distensões musculares e dores articulares agudas.
Assim, o melhor é aplicar gelo imediatamente após uma lesão e realizar as compressas nas primeiras 24 a 72 horas após o evento.
Isso reduz a inflamação e os hematomas, o que ajuda a não causar danos adicionais aos tecidos.
Já as compressas quentes são úteis para aliviar a dor crônica ou após o inchaço de uma lesão diminuir.
Lembrando que uma lesão crônica é aquela que dura mais de três a quatro semanas, ou uma lesão mais antiga que não foi resolvida.
O calor pode ajudar a afrouxar as articulações e os músculos tensos e proporcionar alívio da dor nos músculos e nas articulações.
Normalmente, de quanto em quanto tempo as compressas devem ser feitas?
A terapia de calor geralmente é mais benéfica quando usada por um período maior, ao contrário da terapia de frio, que precisa ser limitada.
No geral, podemos aliviar uma rigidez ou tensão menor com apenas 15 a 20 minutos de terapia de calor. Já a dor moderada a intensa pode demandar sessões mais longas de calor com duração próxima de 30 minutos.

Devemos usar a terapia fria por curtos períodos, várias vezes ao dia. Assim, cerca de 10 a 12 minutos pode ser suficiente, mas não mais do que 15 minutos.
Isso porque, quando utilizada por muito tempo, a compressa fria pode causar danos nos nervos, tecidos e pele.
Além disso, recomendamos elevar a área afetada para obter melhores resultados.
Existe algum perigo de fazer compressa quente ou fria de forma errada?
A única coisa que você nunca quer fazer é usar calor nos primeiros dias após uma lesão aguda. Isso porque, a aplicação de calor pode aumentar a inflamação e piorar sua condição.
Além disso, pessoas com certas condições pré-existentes não devem usar terapia de calor devido ao maior risco de queimaduras ou complicações, são elas:
- Diabetes;
- Dermatite;
- Doenças vasculares;
- Trombose venosa profunda;
- Esclerose múltipla (EM).
Se você tem doença cardíaca ou hipertensão, pergunte ao seu médico antes de usar a terapia de calor.
Isso também vale para gestantes, que devem consultar o obstetra antes de usar saunas ou banheiras de hidromassagem.
Já a terapia fria não deve ser usada se o paciente tiver má circulação.
Também é importante consultar o médico acerca dessas compressas se você tiver doenças cardiovasculares ou cardíacas.
Lembramos que devemos sempre enrolar uma bolsa de gelo em uma toalha antes de colocar na área afetada. Nunca aplique um item congelado diretamente na pele, pois isso pode causar danos aos tecidos.

Devemos ressaltar que algumas lesões requerem atenção médica, não apenas descanso e compressa quente ou fria.
Por exemplo, se você torceu o tornozelo e isso está limitando sua função, consulte o médico o mais rápido possível. Podem ser necessários tratamentos adicionais, como por exemplo, uso de medicamentos anti-inflamatórios.
Então, caso sofra uma lesão com dores e incômodos que não cessam, procure um médico especialista para te auxiliar!
Formação Dr. André Kirihara
- Graduado na Faculdade de Medicina de Jundiaí;
- Residência em Medicina Física e Reabilitação no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP);
- Especialista pela Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (SBMFR);
- Preceptor na Especialidade de Medicina Física e Reabilitação no HCFMUSP nos anos de 2015 e 2016;
- Certificação em Tratamento por Ondas de Choque pela Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque (SMBTOC) e pela International Society of Medical Shockwave Treatment (ISMST);
- Membro Efetivo da SMBTOC e ISMST desde 2015;
- Médico Assistente do Ambulatório de Pesquisa em Tratamento por Ondas de Choque do Instituto de Medicina de Reabilitação (IMREA) do Hospital das Clínicas da USP / Rede Lucy Montoro;
- Médico da Axis Clínica de Coluna.