Fraturas de fêmur: como é a reabilitação?

22 de fevereiro de 2022

Quando falamos sobre uma fratura de quadril, na grande maioria das vezes, estamos nos referindo a fraturas do fêmur.

O fêmur é o osso da coxa e sua extremidade superior se articula com a bacia, possibilitando a movimentação do quadril. Esta região, que chamamos de fêmur proximal, é uma das partes do osso que mais sofre fraturas.



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Muitos pacientes idosos fraturam os quadris devido a quedas. Além disso, pacientes jovens podem fraturar o fêmur devido a acidentes de carro ou outros traumas.


Portanto, a prevenção de quedas e acidentes é crucial na prevenção de fraturas de fêmur.


Quais fatores de risco para estas fraturas?


Um dos principais fatores de risco para as fraturas do quadril é a osteoporose, que resulta em ossos frágeis e mais fáceis de quebrar.


Outros fatores de risco incluem:


  • Uso de muitos medicamentos, como os corticóides;
  • Dificuldade para caminhar;
  • Dificuldades de raciocínio;
  • Abuso de álcool;
  • Uso de tabaco;
  • Distúrbios que envolvem os nervos;
  • Ambiente doméstico inseguro, por exemplo, com tapetes soltos, desordem, iluminação deficiente, superfícies molhadas ou fios expostos.


Quais sintomas das fraturas de fêmur? Elas são graves?


A maioria dos pacientes que sofreram uma fratura de fêmur relatam dor no quadril ou na virilha após uma queda.


Além disso, outros sintomas de uma fratura de quadril podem incluir:


  • Incapacidade de levantar, mover ou girar (virar) a perna;
  • Incapacidade de ficar de pé ou colocar peso na perna;
  • Hematomas e inchaço ao redor do quadril;
  • Encurtamento da perna machucada;
  • Perna ferida virando para fora.


No entanto, é preciso destacar que não necessariamente uma fratura de fêmur causará hematomas ou impedirá que o paciente fique de pé ou ande.


Dessa maneira, é essencial estar atento a todos os sintomas do indivíduo após ele sofrer uma queda ou acidente.


Isso porque, uma fratura que não recebe o devido tratamento poderá evoluir para situações irreversíveis de incapacidade e dor.


As principais complicações deste quadro são:


  • Dor crônica;
  • Infecção da ferida;
  • Delírio;
  • Discrepância no comprimento da perna;
  • Imobilidade;
  • Neuropatia.


Além disso, as fraturas de quadril estão associadas a morbidade e mortalidade significativas e estima-se que a mortalidade em 1 ano após sofrer uma fratura seja de 14 a 58%.


Também foi demonstrado que as mulheres com fratura de quadril têm um aumento na probabilidade de morte nos três primeiros meses de cinco vezes e os homens têm um aumento de cerca de oito vezes nesta chance.


Ou seja, procurar um médico especialista é fundamental para dar seguimento no tratamento mais adequado, reduzindo as chances de complicações.   


Como é o tratamento para as fraturas? A cirurgia é necessária?


Geralmente, a cirurgia é a única opção de tratamento para uma fratura de quadril e a escolha do reparo cirúrgico dependerá do tipo e localização da fratura. 


Inclusive, o Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados (NICE) recomenda que o paciente com fratura de quadril faça uma cirurgia dentro de 48 horas após a admissão no hospital.


No entanto, a cirurgia poderá ser adiada caso o indivíduo tenha outras condições de saúde. Assim, será necessário tratá-las primeiramente para que o resultado da cirurgia seja mais satisfatório.


Em cerca de metade dos casos, é necessário fazer uma substituição parcial ou completa das estruturas do quadril, como da cabeça femoral, por exemplo.


Os demais casos requerem cirurgia para fixação da fratura com placas e parafusos ou hastes.


Assim, o tipo de cirurgia dependerá de vários fatores, por exemplo:


  • Qual local do fêmur ela ocorreu;
  • A idade do paciente;
  • O nível de mobilidade antes da fratura;
  • A condição do osso e da articulação - por exemplo, se o paciente possui artrose.


Como é a reabilitação após a fratura de fêmur?


Após a cirurgia, os pacientes são estimulados a começar a movimentar-se, inicialmente, com o auxílio da equipe de enfermagem e reabilitação.


Dependendo do tipo de cirurgia realizada, o paciente será orientado sobre a segurança com a caminhada. Por exemplo, isso pode incluir educação sobre quanto peso colocar na perna, quais posições evitar e o uso de equipamento especializado, caso necessário. 


Então, o médico especializado em medicina física e reabilitação trabalhará com um grupo de profissionais de saúde especializados que podem incluir enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos e educadores físicos para ajudar os pacientes a se recuperarem com sucesso da fratura, ou seja, recuperar a capacidade de andar com segurança e evitar quedas futuras.


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Além disso, o médico poderá atuar para controlar a dor e prevenir complicações da cirurgia, como as infecções e a trombose.


A dor é comum após a cirurgia e está associada a resultados funcionais ruins. Sendo assim, seu manejo é essencial para auxiliar na recuperação do paciente.


O uso de protocolo com opióides mostrou redução de 9% do risco de incidência de dor crônica e melhora da função física em 6 meses.


No entanto, os pacientes pós cirúrgicos da fratura de fêmur precisam ser monitorados de perto para controlar os efeitos colaterais comuns do uso de opiáceos.


Devemos destacar que a não progressão com as terapias de reabilitação após a cirurgia pode trazer maus resultados para a recuperação do indivíduo.


Normalmente, o não engajamento do paciente na reabilitação pode ocorrer devido alguns fatores, por exemplo:  


  • Pouca cooperação devido a traços de personalidade, problemas psicológicos ou cognitivos; 
  • Atingir o estado funcional máximo atualmente possível; 
  • Piora do quadro clínico; 
  • Dor; 
  • Insônia; 
  • Fadiga;  
  • Fatores familiares. 


No entanto, a menos que o paciente tenha atingido seu platô de melhora funcional, será preciso investigar as possíveis causas para que ele não queira se dedicar à reabilitação.


E isso é importante não apenas para facilitar seu curso de reabilitação, mas também para avaliar se há uma condição médica subclínica subjacente que esteja começando a ressurgir.


O tempo que o indivíduo ficará no hospital dependerá de sua condição de saúde e em quanto tempo ele recupera a mobilidade. Assim, pacientes saudáveis podem deixar o hospital cerca de 1 semana após a cirurgia.


Já o tempo do programa individualizado de reabilitação dependerá do nível atual de condicionamento físico, mobilidade e da dedicação do paciente ao que lhe for proposto.


De toda forma, devemos ter em mente que a fratura de fêmur é uma condição séria que demanda tratamento urgente e equipe especializada para reabilitação.


Portanto, esteja atento e não deixe de cuidar da sua saúde para viver com qualidade de vida e bem-estar!


Formação Dr. André Kirihara

  • Graduado na Faculdade de Medicina de Jundiaí;
  • Residência em Medicina Física e Reabilitação no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP);
  • Especialista pela Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (SBMFR);
  • Preceptor na Especialidade de Medicina Física e Reabilitação no HCFMUSP nos anos de 2015 e 2016;
  • Certificação em Tratamento por Ondas de Choque pela Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque (SMBTOC) e pela International Society of Medical Shockwave Treatment (ISMST);
  • Membro Efetivo da SMBTOC e ISMST desde 2015;
  • Médico Assistente do Ambulatório de Pesquisa em Tratamento por Ondas de Choque do Instituto de Medicina de Reabilitação (IMREA) do Hospital das Clínicas da USP / Rede Lucy Montoro;
  • Médico da Axis Clínica de Coluna.
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