Fascite plantar: como tratar sem cirurgia?

23 de dezembro de 2021

De acordo com o United Kingdom National Health Service (NHS.UK), a fascite plantar é uma condição que provoca dor na planta e no arco do pé, bem como ao redor do calcanhar.


Geralmente, o próprio paciente consegue adotar medidas que amenizem a dor, mas é essencial consultar um médico se ela não melhorar em até 2 semanas.


Quais as principais causas da fascite plantar?


A fascite plantar ocorre devido a tensão na fáscia plantar, estrutura que conecta o osso do calcanhar aos dedos dos pés.


No entanto, nem sempre conseguimos saber os reais motivos para isso acontecer, apesar de existirem algumas possíveis causas:


  • Início da prática esportiva em superfícies duras;
  • Exercício com a panturrilha ou calcanhar tensos;
  • Exercícios que estiquem demais a sola do pé;
  • Alteração de hábito, com mais caminhadas, corridas ou passar tempo prolongado em pé;
  • Uso de sapatos com baixo amortecimento ou suporte;
  • Sobrepeso ou obesidade.



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Quais os principais sintomas desta condição? 


A fascite plantar, geralmente, causa dor aguda na planta do pé, perto do calcanhar.


Esta dor costuma ser pior nos primeiros passos logo após o despertar, embora também possa ocorrer quando o paciente se levanta depois de um certo tempo sentado, bem como após passar longos períodos em pé.


Além disso, a dor costuma ser pior após o exercício e não durante ele.


Como fazemos o diagnóstico? 


Quando o paciente chega no consultório com queixas de dor na região, buscamos compreender bem todos os sintomas e discutir as preocupações que ele apresenta.


Além disso, examinamos o pé do paciente em busca de alguns sinais, por exemplo:


  • Arco do pé alto;
  • Qual a área de máxima sensibilidade na planta do pé, normalmente, bem na frente do osso do calcanhar;
  • Se a dor piora quando o paciente flexiona o pé e o médico empurra a fáscia plantar e melhora quando o paciente aponta os dedos do pé para baixo;
  • Se o paciente apresenta o movimento "para cima" limitado do tornozelo.


Ademais, poderemos solicitar exames de imagem para confirmar o diagnóstico, excluindo outras possíveis doenças ou lesões.

Normalmente, os raios X fornecem imagens nítidas dos ossos e são úteis para descartar outras causas de dor no calcanhar, como fraturas, artrite ou esporão.


Outros exames de imagem, como ressonância magnética e ultrassom, não são usados ​​rotineiramente para diagnosticar a fascite plantar.


O uso da ressonância magnética pode ocorrer caso a dor no calcanhar não alivie com os métodos de tratamento iniciais.


Quais as opções de tratamento disponíveis para a fascite plantar? 


Mais de 90% dos pacientes com fascite plantar melhoram após o início do tratamento com métodos não cirúrgicos.


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Assim, as principais opções de tratamentos que podemos adotar são:


Descanso


Diminuir ou mesmo interromper as atividades que pioram a dor é o primeiro passo para reduzi-la.


Assim, caso o paciente pratique atividades que gerem impactos na sola dos pés, como corrida ou aeróbica com step, precisará interromper as atividades até que a recuperação ocorra.


Gelo 


Fazer compressas de gelo ajuda a amenizar a dor e a inflamação.


Por exemplo, rolar o pé sobre uma garrafa de água fria ou com gelo por 10 minutos pode ser muito eficaz.


A recomendação é realizar a compressa de 3 a 4 vezes ao dia.


Medicamento anti-inflamatório não esteroidal


Alguns medicamentos, reduzem a dor e a inflamação.


No entanto, caso o medicamento não seja suficiente e seu uso se prolongue por mais de 2 semanas, será preciso consultar o médico especialista.


Exercício


A fascite plantar é agravada por músculos tensos nos pés e panturrilhas. Então, fazer alongamentos é a maneira mais eficaz de aliviar a dor que vem com essa condição.


Injeções de cortisona


A cortisona é um poderoso medicamento anti-inflamatório. Assim, podemos injetá-la na fáscia plantar para reduzir a inflamação e a dor.


Todavia, é essencial limitar a quantidade de injeções já que elas podem causar a ruptura (rasgo) da fáscia plantar, o que provocaria dor crônica é uma condição que chamamos de pé chato.


Sapatos e órteses de apoio


Sapatos com sola grossa e amortecimento extra podem reduzir a dor ao ficar em pé e caminhar.


Isso porque, conforme caminhamos, nosso calcanhar atinge o solo e uma quantidade significativa de tensão é colocada na fáscia, o que pode causar microtraumas (pequenos rasgos no tecido).


Assim, um sapato ou palmilha acolchoados reduzem essa tensão. Por exemplo, os calcanhares macios de silicone são baratos e funcionam elevando e amortecendo o calcanhar.


Órteses pré-fabricadas ou personalizadas (inserções de sapatos) também podem ser úteis.


Talas noturnas


A maioria das pessoas dormem com os pés apontados para baixo. Isso encurta a fáscia plantar e é uma das razões para a dor no calcanhar matinal.


Então, o uso de uma tala noturna pode ajudar a alongar a fáscia plantar enquanto dormimos.


Embora possa ser incômodo dormir com a tala, ela pode ser eficaz e o paciente não precisará utilizá-la depois que a dor passar.


Fisioterapia 


Podemos indicar a fisioterapia que contemple um programa de exercícios concentrados no alongamento dos músculos da panturrilha e da fáscia plantar.


Além disso, um programa de fisioterapia pode envolver compressas de gelo, meios físicos e massagens para diminuir a inflamação ao redor da fáscia plantar.


Terapia por ondas de choque extracorpórea (ESWT)


Durante este procedimento, os impulsos de ondas de choque de alta energia estimulam o processo de cura no tecido lesionado da fáscia plantar.


Lembrando que este não é um procedimento invasivo, ou seja, não requer uma incisão cirúrgica.


Devido ao baixo risco envolvido com essa terapia, podemos tentar sua execução antes de considerar a cirurgia.


A cirurgia pode ser necessária? 


Consideramos a cirurgia apenas após 12 meses de tratamento não cirúrgico sem sucesso.


Então, fazemos a liberação total ou parcial da fáscia plantar, a depender de cada caso.


Durante a cirurgia, o ligamento da fáscia plantar é parcialmente cortado para aliviar a tensão no tecido. Além disso, caso o paciente tenha um esporão ósseo, ele também será removido.


Embora a cirurgia possa ser realizada por endoscopia, este procedimento acaba sendo mais difícil do que com a incisão aberta. Além disso, a endoscopia apresenta um risco maior de danos aos nervos.


Vale ressaltar que nenhuma cirurgia está isenta de complicações. Então, como principais riscos deste procedimento podemos citar o alívio incompleto da dor e danos aos nervos.


Dessa forma, recomendamos a cirurgia somente após o esgotamento de todas as medidas não cirúrgicas.


O paciente poderá voltar para todas as atividades que praticava antes? 


Depois de iniciar o tratamento, o paciente terá uma melhora significativa em média até 10 meses. O retorno às atividades ocorrerá neste período de forma gradual e comedida.


Vale destacar que ignorar a fascite plantar e continuar com a rotina normal pode resultar em dor crônica no calcanhar, o que irá gerar problemas maiores com o passar do tempo.


Além disso, as alterações na forma de andar para aliviar a dor da fascite plantar também podem causar problemas nos pés, joelhos, quadris ou costas.


O ideal será não postergar a ida ao médico ao sentir dores e incômodos nos pés. Somente assim, poderemos fazer um diagnóstico apropriado e iniciar o tratamento mais indicado para cada caso!


Formação Dr. André Kirihara

  • Graduado na Faculdade de Medicina de Jundiaí;
  • Residência em Medicina Física e Reabilitação no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP);
  • Especialista pela Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (SBMFR);
  • Preceptor na Especialidade de Medicina Física e Reabilitação no HCFMUSP nos anos de 2015 e 2016;
  • Certificação em Tratamento por Ondas de Choque pela Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque (SMBTOC) e pela International Society of Medical Shockwave Treatment (ISMST);
  • Membro Efetivo da SMBTOC e ISMST desde 2015;
  • Médico Assistente do Ambulatório de Pesquisa em Tratamento por Ondas de Choque do Instituto de Medicina de Reabilitação (IMREA) do Hospital das Clínicas da USP / Rede Lucy Montoro;
  • Médico da Axis Clínica de Coluna.
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