Tratamento para hérnia de disco: quais as opções?

16 de dezembro de 2021

A hérnia de disco é uma condição que causa redução significativa na qualidade de vida do paciente, caso não receba o devido tratamento.


De acordo com a American Association of Neurological Surgeons (AANS), as vértebras que formam a coluna vertebral são acolchoadas por discos redondos, como pequenas almofadas, que possuem uma camada externa resistente (anel) envolvendo seu núcleo.


Estes discos ficam localizados entre cada uma das vértebras e atuam como absorvedores de choque para os ossos da coluna.


Então, uma hérnia de disco (também chamada de abaulamento, escorregamento ou ruptura) ocorre quando há danos a estes discos e um fragmento de seu núcleo é empurrado para fora do anel devido à sua ruptura.


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Geralmente, os discos que geram a hérnia estão em um estágio inicial de degeneração.


Considerando que o canal espinhal tem espaço limitado, nem sempre ele é suficiente para o nervo espinhal e o fragmento de disco. Assim, o disco deslocado pressiona estes nervos, frequentemente produzindo dor, que pode ser intensa.


A hérnia de disco pode ocorrer em qualquer parte da coluna vertebral, sendo as mais comuns aquelas na região lombar (coluna lombar). No entanto, também podem ocorrer no pescoço (coluna cervical).


A localização da hérnia vai influenciar diretamente uma área do corpo em que o paciente sente dor.


Quais as principais causas da sua ocorrência? 


O material do disco e os ligamentos que o mantêm no lugar sofrem degeneração com o passar da idade e começam a enfraquecer.


Então, conforme a degeneração progride, uma tensão relativamente menor ou um movimento de torção pode causar a ruptura de um disco.


Além disso, alguns indivíduos podem ter maior predisposição genética e serem mais vulneráveis ​​a este problema, sofrendo hérnias de disco em vários locais ao longo da coluna.


Alguns fatores, como obesidade, tabagismo e sedentarismo podem influenciar a ocorrência das hérnias.


Ademais, atividades que sobrecarregam a coluna, como carregar pesos ou fazer exercícios muito intensos, podem acarretar o problema, já que uma única tensão excessiva ou lesão são suficientes para causar uma hérnia de disco.


Quais os principais sintomas da hérnia de disco? 


A hérnia de disco pode ser assintomática, ou causar incômodos ao paciente. Por exemplo, caso ela não esteja pressionando um nervo, ele pode sentir pouca ou nenhuma dor.


Já se a hérnia pressionar o nervo, pode ocorrer dor, dormência ou fraqueza na área do corpo pela qual o nervo passa.


Os sintomas irão variar conforme a posição e o tamanho da hérnia de disco:


Coluna lombar (parte inferior das costas)


A hérnia na coluna lombar pode causar dor ciática (radiculopatia).


Isso porque, pode haver pressão sobre um ou vários nervos que contribuem para o nervo ciático, o que causa dor, queimação, formigamento e dormência.


Normalmente, estes sintomas costumam acometer somente um lado do corpo e  irradiam da nádega para a perna e, às vezes, para o pé.


A dor proveniente de uma hérnia lombar é aguda e semelhante a um choque elétrico. Pode ser mais grave ao ficar em pé, caminhar ou sentar.


Além disso, endireitar a perna do lado afetado, geralmente, pode piorar a dor na região.


Coluna cervical (pescoço)


A radiculopatia cervical engloba os sintomas de compressão do nervo no pescoço, que podem incluir:


  • Dor surda ou aguda no pescoço ou entre as omoplatas/ escápulas;
  • Dor que se irradia do braço para a mão ou dedos;
  • Dormência ou formigamento do ombro ou braço.


Neste caso, a dor pode aumentar com certas posições ou movimentos do pescoço.


Na maioria das vezes, os sintomas melhoram em cerca de 9 a cada 10 pessoas com o passar do tempo, que pode variar de alguns dias a algumas semanas.


Todavia, existem algumas recomendações importantes ao sentir dores nas costas. Por exemplo, o ideal será limitar as atividades físicas de 2 a 3 dias por semana.


A caminhada dentro dos limites da dor será positiva, juntamente com o uso de um anti-inflamatório, se o paciente não tiver nenhuma contraindicação. Além disso, não recomendamos o repouso na cama.


Caso os sintomas persistam por mais de duas a quatro semanas, será essencial procurar um médico especialista.


Então, com a devida avaliação médica, poderemos adotar medidas adicionais ao tratamento de modo a reduzir os sintomas do paciente.


Como é feito o diagnóstico? 


Além da análise da história do paciente e exame físico no consultório, solicitamos exames de imagem para chegar em um diagnóstico preciso.


Normalmente, o exame mais comum para diagnosticar a hérnia de disco é a ressonância magnética, mas outros exames podem complementar as informações.


Em linhas gerais, os exames de imagem devem ocorrer somente se o paciente já apresente os sintomas por seis semanas ou mais.


Nos casos urgentes, devemos considerar os exames com prontidão, como por exemplo, quando paciente apresenta fraqueza significativa nas pernas ou braços, perda de sensibilidade na região genital ou retal, nenhum controle de urina ou fezes, história de câncer metastático, infecção recente significativa ou febre e sintomas associados a um acidente ou lesão.


Os principais exames que poderemos lançar mão são:


Raio X


Este exame pode mostrar a estrutura das vértebras e o contorno das articulações. Os raios X da coluna são obtidos para pesquisar outras causas potenciais de dor além da hérnia, ou seja, tumores, infecções, fraturas, etc.


Varredura de tomografia computadorizada (TC)


A TC pode mostrar a forma e o tamanho do canal vertebral, seu conteúdo e as estruturas ao seu redor.


Imagem por ressonância magnética (RNM)


Este exame pode mostrar a medula espinhal, raízes nervosas e áreas circundantes, bem como alargamento, degeneração e tumores.


Eletromiograma e estudos de condução nervosa (EMG / NCS)


Esses testes medem indicam se há lesão nervosa em andamento, se os nervos estão em estado de cura de uma lesão anterior ou se há outro local de compressão do nervo.


No entanto, raramente solicitamos este exame.


Quais as opções de tratamento disponíveis para a hérnia de disco? 


O tratamento inicial para uma hérnia de disco, geralmente, é conservador e não cirúrgico.


Podemos aconselhar o paciente a manter um nível de atividade baixo e indolor por alguns dias a várias semanas para diminuir a inflamação do nervo espinhal.


Frequentemente, tratamos uma hérnia de disco com medicamentos anti-inflamatórios não esteróides, se a dor for de leve a moderada. 


Além disso, podemos recomendar a fisioterapia que deverá ser individualizada conforme o caso de cada paciente.


No geral, esta terapia pode incluir massagem suave, terapia com gelo e calor, ultrassom, estimulação elétrica muscular e exercícios de alongamento.


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Ademais, o uso de medicamentos para dor e relaxantes musculares também podem ser benéficos em conjunto com a fisioterapia.


Reservamos a cirurgia para casos mais raros, quando o paciente não tem melhora com o tratamento conservador. 


O paciente poderá retomar todas as suas atividades após o tratamento?


Após avaliar o quadro do paciente, daremos as instruções específicas no que se refere ao tempo de tratamento e retorno para as atividades.


Somente com o devido acompanhamento do caso é que poderemos liberar a retomada das atividades normais, como voltar ao trabalho, dirigir e fazer exercícios.


No entanto, é válido lembrar que o desconforto é esperado durante um retorno gradual à atividade normal, mas a dor será um sinal de alerta de que o paciente pode precisar diminuir o ritmo.


O tratamento da hérnia de disco para a retomada das atividades será mais eficaz caso o paciente conte com um médico especializado.


Não deixe sua saúde de lado e não postergue a ida ao especialista!


Fonte: KnowYourBack.org. (2019). Herniated Lumbar Disc.


Formação Dr. André Kirihara

  • Graduado na Faculdade de Medicina de Jundiaí;
  • Residência em Medicina Física e Reabilitação no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP);
  • Especialista pela Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (SBMFR);
  • Preceptor na Especialidade de Medicina Física e Reabilitação no HCFMUSP nos anos de 2015 e 2016;
  • Certificação em Tratamento por Ondas de Choque pela Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque (SMBTOC) e pela International Society of Medical Shockwave Treatment (ISMST);
  • Membro Efetivo da SMBTOC e ISMST desde 2015;
  • Médico Assistente do Ambulatório de Pesquisa em Tratamento por Ondas de Choque do Instituto de Medicina de Reabilitação (IMREA) do Hospital das Clínicas da USP / Rede Lucy Montoro;
  • Médico da Axis Clínica de Coluna.
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