Tendinite e bursite: como recuperar?

30 de dezembro de 2021

A tendinite e a bursite são a inflamação ou degeneração (colapso) dos tecidos moles ao redor dos músculos e ossos, e podem acontecer de forma simultânea ou isoladamente. 


Segundo a American College of Rheumatology, os tendões são estruturas semelhantes a cordas que ligam os músculos aos ossos. Assim, um tendão transmite a tração do músculo ao osso para causar o movimento.


A tendinite é a inflamação do tendão e costuma ser dolorosa e muito sensível ao toque.


Já as bursas são pequenas bolsas que funcionam como uma almofada entre as estruturas móveis (como por exemplo, os ossos, músculos, tendões ou pele).


Então, se um músculo ou tendão está puxando em torno ou sobre um osso, uma bursa saudável o protege de desgaste e estresse. Já quando a bursa está inflamada, torna-se muito dolorida, mesmo durante o repouso.


A tendinite ou bursite geralmente afetam o ombro, cotovelo, punho, quadril, joelho e tornozelo.


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A dor pode ser bastante forte e, frequentemente, ocorre de repente sendo ainda pior durante o movimento.


Quais as principais causas destes problemas? 


A tendinite e a bursite podem ocorrer a partir de uma lesão intensa repentina. No entanto, na maioria das vezes, resulta de uma lesão repetida e leve dessas estruturas, condição que chamamos de estresse repetitivo ou uso excessivo.


Além disso, pessoas idosas são mais propensas a ter tendinite e bursite.


Podemos citar como principais causas dessas situações:


  • Pintar um teto por quatro horas ou mais;
  • Digitar por muitas horas;
  • Ficar em posição corporal inadequada ao usar um teclado;
  • Aperto rígido ao usar ferramentas manuais ou ao dirigir por muito tempo;
  • Usar um backhand, principalmente com apenas uma mão, em um jogo de tênis;
  • Usar tênis de corrida inadequado ou não receber o treinamento adequado antes dos esportes.


Além disso, alguns medicamentos podem causar tendinite e ruptura de tendão (ruptura espontânea), apesar disso ser mais raro. Os principais exemplos são: antibióticos, fluoroquinolonas e estatinas, que reduzem o colesterol.


Quais os principais sintomas da tendinite e da bursite? Quando procurar o especialista?


O principal sintoma da tendinite é a dor, que pode ser súbita, intensa e pior durante o movimento.


Além disso, pode ocorrer após uma lesão repentina e intensa ou uso excessivo nos esportes ou até mesmo em casa durante as tarefas.


É possível que o paciente sinta também calor ao longo do tendão ou em um ponto específico.


Já a dor da bursite pode ser muito intensa durante o movimento ou em repouso.


Normalmente, o paciente sofre um rápido agravamento da dor, vermelhidão, inchaço ou incapacidade de mover as articulações, sendo estes sinais de alerta.


Se os sintomas durarem além de alguns dias, será necessário procurar um especialista. Outra situação de alerta é se o paciente sentir limitação nos movimentos das articulações.


Por exemplo, se a dor no ombro passar, mas ele não conseguir levantar o braço tão alto quanto antes, será essencial iniciar um tratamento adequado.


Como é feito o diagnóstico? 


Para determinar a causa desses problemas, buscamos compreender o histórico do paciente e fazemos um exame físico cuidadoso.


Então, a sensibilidade ao longo do tendão ou em um ponto específico do tendão, sugere tendinite. A dor ocorre quando o músculo ao qual o tendão está inserido é trabalhado contra a resistência como parte do exame.


A maioria dos pacientes a princípio não precisa de exames de imagem, como por exemplo, raios X, ressonância magnética ou ultrassom.


Normalmente, solicitamos esses exames apenas se o problema persistir.


Além disso, caso haja suspeita de infecção, poderemos solicitar também um exame de sangue.


Se a bursite for o resultado de uma infecção, o fluido deve ser imediatamente drenado da bursa e estudado.


Como é o tratamento da tendinite e da bursite? 



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O tratamento dessas condições irá depender da causa. Por exemplo, em caso de uso excessivo ou lesão, o paciente deverá reduzir a força causadora ou estresse.


Já se a tendinite estiver relacionada ao trabalho, devemos revisar a ergonomia para que o paciente possa trabalhar com segurança.


Além disso, alguns pacientes podem precisar de aconselhamento sobre proteção articular e apoio da região envolvida.


Assim, o tratamento pode contemplar as seguintes medidas:


Descanso


O repouso do membro afetado será essencial e sua ausência, provavelmente, perpetuará os sintomas.


Se o problema for no quadril, perna ou pé, pode ser necessário interromper as atividades estressantes com levantamento de peso por um curto período, pois isso permite diminuir a inflamação.


Gelo


Fazer compressas de gelo na área por 10 a 12 minutos, uma ou duas vezes por dia pode ajudar a reduzir a inflamação e a dor.


Medicamentos


Se a dor persistir, poderemos indicar o uso de medicamentos anti-inflamatórios não esteróides. As formas tópicas (aplicadas na pele) desses remédios estão agora disponíveis e podem reduzir a dor e a inflamação sem causar problemas de estômago.


Injeções 


As injeções de corticosteróides podem fornecer benefícios de curto prazo em certas formas de tendinite.


Se houver infecção, na maioria das vezes, o paciente precisará de um antibiótico adequado, bem como a drenagem diária de fluidos com uma agulha.


Órtese


Talas ou aparelhos para a parte afetada do corpo ajudam a descansar e reduzir o estresse. Por exemplo, o uso de uma bengala pode ajudar a aliviar a dor no quadril.


Além disso, para tendinite de tornozelo, o paciente pode precisar de órteses para reduzir o estresse na região.


Nestes casos, existem dispositivos que ficam dentro do calçado que mudam o suporte e o ângulo do pé, o que melhora a mecânica e alivia a dor ou pressão.


Se após alguns meses de tratamento os sintomas ainda limitarem uma atividade essencial, será preciso considerar a cirurgia e, nestes casos, somente um ortopedista especialista em cirurgia poderá auxiliar.


Caso o paciente não receba o devido tratamento, poderá sofrer uma complicação séria, por exemplo, a ruptura de um tendão. A ruptura mais comum é a do tendão de Aquiles na parte inferior da panturrilha que, na maioria das vezes, precisa de cirurgia.


Além disso, pode ocorrer das articulações enrijecerem ou a dor virar crônica.


Como prevenir estas condições?


Existem maneiras de evitar que esses problemas ocorram em todas as articulações, por exemplo:


  • Antes de exercícios extenuantes, aqueça e alongue;
  • Treine adequadamente para uma nova atividade. Aumente lentamente a intensidade do seu treino;
  • Pratique exercícios e esportes diariamente ou quase diariamente, em vez de apenas nos fins de semana;
  • Aprenda e mantenha a postura e a mecânica corporal adequadas;
  • Certifique-se de que o equipamento esportivo é do tamanho certo e adequado para você, além de ser projetado para o esporte que você pratica;
  • Evite ficar na mesma posição por muito tempo. Faça pausas para descanso ou mude de posição a cada 20–40 minutos;
  • Pare qualquer atividade que cause dor;
  • Evite comportamentos compulsivos, como "Vou terminar este trabalho mesmo que ele me mate!"


Além disso, proteger as articulações é essencial. Para tal:


  • Enfrente um objeto que você está alcançando em vez de alcançar para os lados ou para trás;
  • Levante-se de uma cadeira empurrando com os músculos da coxa, não com os ombros ou as mãos;
  • Faça flexões na parede, não no chão;
  • Ao alcançar um objeto pesado acima da cabeça, mantenha a carga centralizada à sua frente e use as duas mãos.


Se ainda assim você sentir dores persistentes, não deixe de procurar um médico especializado para te auxiliar.


Quanto antes, melhor!



Formação Dr. André Kirihara

  • Graduado na Faculdade de Medicina de Jundiaí;
  • Residência em Medicina Física e Reabilitação no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP);
  • Especialista pela Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (SBMFR);
  • Preceptor na Especialidade de Medicina Física e Reabilitação no HCFMUSP nos anos de 2015 e 2016;
  • Certificação em Tratamento por Ondas de Choque pela Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque (SMBTOC) e pela International Society of Medical Shockwave Treatment (ISMST);
  • Membro Efetivo da SMBTOC e ISMST desde 2015;
  • Médico Assistente do Ambulatório de Pesquisa em Tratamento por Ondas de Choque do Instituto de Medicina de Reabilitação (IMREA) do Hospital das Clínicas da USP / Rede Lucy Montoro;
  • Médico da Axis Clínica de Coluna.
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